O frenesim do costume... ou talvez não.

Estamos naquela altura do ano. Luzes e brilho por todo lado, jantares, festa, alegria. Mas não para todos. Para algumas pessoas pode ser uma época que traz à lembrança momentos menos bons, seja a perda de um ente querido, uma separação, uma desavença familiar ou simplesmente uma fase menos boa da vida. Várias razões podem levar alguém a sentir tristeza ou solidão e a ter dificuldade em lidar com o frenesim das festas. Precisamos de criar momentos só nossos, de relaxamento e positividade.

O 8 de Copas pode ser um sinal de abandono, desmotivação, virar costas à realidade. Sendo Copas o naipe das emoções, muitas vezes reflecte sonhos ou situações ilusórias que causam desequilíbrio emocional.

Sendo o Tarot uma ferramenta para o presente, é um bom aliado para dias menos bons. Capaz de nos mostrar uma visão mais ampla da situação, ajuda também a restabelecer uma conexão maior com a nossa essência. Mas há um problema... Quando somos dominados pelas emoções, a nossa visão fica limitada e temos muito mais dificuldade em ver outras perspectivas para além daquela que nos causa dor. Sugestão? Aliar as cartas a um registo escrito. Uma receita bem simples que pode ser praticada tanto por principiantes que ainda não conhecem bem as cartas como por quem já tem experiência.

O baralho serve de veículo para a nossa consciência por isso o principal é criar uma relação com ele, mesmo que seja apenas visual. Olhe para cada detalhe no desenho de cada carta, sejam as cores, a paisagem, os elementos decorativos, a expressão da personagem da carta. Tudo é útil. Aproveito para deixar o conselho deixado pela ilustradora Pamela Colman Smith, numa das raras menções ao baralho que desenhou:

«Repare no vestido, no tipo de rosto; veja se consegue determinar traços de carácter no rosto; repare na pose... Primeiro olhe para as formas simples de alegria, de medo, de desgosto; olhe para a postura assumida por todo o corpo... Após encontrar a forma de contar uma simples históra, inclua mais detalhes. Aprenda com tudo, observe tudo, e principalmente sinta tudo!... Encontre olhares, procure a porta para território desconhecido...»

Aqui ficam as dicas para este exercício:

Vamos usar apenas os Arcanos Maiores para simplificar a leitura e analisar a energia do momento.

Num caderno ou numa agenda, por exemplo, registamos aquilo que nos preocupa, numa breve descrição da situação, sem esquecer a data. Isto vai obrigar a olharmos directamente para o assunto e vê-lo escrito vai tornar-nos mais conscientes desse tema.

De seguida, com o baralho virado para baixo, vamos escolher três cartas que nos vão indicar:

1- o centro da questão

2- o que preciso saber sobre o assunto

3- o resultado

Observando estas três cartas teremos concerteza respostas, intuições ou simples pensamentos, nenhum deles surgido por acaso. Já sabemos que a lei da sincronicidade não falha!

Escreva ou desenhe as cartas que saíram e registe as suas conclusões, por muito estranhas ou disparatadas que lhe pareçam, escreva como se de um diário se tratasse. Ao escrever, estará a mexer na energia do problema e a abrir caminhos para a sua resolução ou pacificação - na maioria das vezes apenas precisamos de aceitar e ficar em paz para poder seguir em frente.

Pode ter a certeza de que este momento de introspecção e conexão com as cartas lhe vai dar um novo alento e vai enfrentar as festas com uma nova tranquilidade.

Se não tiver um baralho de Tarot, apenas escreva, coloque os seus sentimentos no papel e transforme as suas emoções num diálogo consigo mesmo ou com outra pessoa envolvida. Será também uma forma de meditar e aprender a enfrentar a sua tristeza, renovando a sua força interior.

Passados os dias de frenesim, olhe de novo para o que escreveu. Observe o que sente nesse momento e registe também, para comparar e perceber o que mudou - qualquer pequenina alteração de estado ou emoção é um grande passo para seguir em frente, com um sorriso.

Se precisar de ajuda para completar este exercício ou para interpretar as cartas, contacte-me!

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