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Pamela Colman Smith

  • Foto do escritor: Ana Vitoria
    Ana Vitoria
  • 22 de set. de 2018
  • 2 min de leitura

Este nome é mencionado ocasionalmente como a ilustradora do baralho Rider Waite Smith mas a sua história vai muito para além disso. Pixie, como era carinhosamente chamada, foi uma mulher muito à frente do seu tempo, vingando num mundo dominado por homens. Já passaram 140 anos desde o seu nascimento mas a sua marca ficou, indelével, no mundo do Tarot, curiosamente, no que ela própria considerou «Um grande trabalho por muito pouco dinheiro».

Pamela nasceu na Cornualha, filha de pais norte-americanos, estudou nos Estados Unidos, em Brooklin e viveu também algum tempo na Jamaica. Ilustrou mais de 20 livros, artigos de revista e folhetos, fez inúmeras exposições, fez teatro e declamou recitais. Atraiu muito público e não passou despercebida aos jornalistas da época.

Manifestou muitas vezes a sua frustração ao lidar com o sistema estabelecido no mundo das editoras, reagia furiosamente ao não ser paga devidamente apenas por ser mulher, já que muitas vezes não lhe pagavam os royalties que lhe eram devidos.

O seu ar exótico e quase mestiço não a impediu de se afirmar e lutou sempre contra aqueles que não a entendiam e que não a conseguiam enquadrar numa categoria formada de género, raça ou classe social. Um editor chegou a comentar nos seus relatos que «Pam e o seu pai são pessoas com um ar muito engraçado, primitivos americanos o mais possível».

Pamela conheceu Arthur Edward Waite quando se juntou à Golden Dawn em 1901.

Waite confirmou mais tarde que se lembrou dela quando idealizou o seu baralho:

«Por estes dias, há uma artista muito imaginativa e anormalmente psíquica, chamada Pamela Colman Smith, que entrou na Golden Dawn e adorou as cerimónias. (...) Estava entre nós uma desenhista que, debaixo de orientação, poderia produzir um Tarot apelativo no mundo da arte e da sugestão de significâncias para além dos símbolos que poderiam dar-lhes uma outra construção mais do que alguma vez foi sonhado por aqueles que, durante várias gerações, os produziram e usaram para meros propósitos divinatórios.»

As suas exepriências pessoais são notórias em tudo o que desenhou - o seu background em teatro, a sua apetência por storytelling ou o seu crescente interesse pelo catolicismo, deram origem a muitos detalhes e algumas alterações simbólicas relacionadas com o seu passado: figuras andróginas, retratos das suas amigas sufragistas e algum simbolismo católico.

Pamela Colman Smith teve uma vida recheada. Nem sempre reconhecida mas de espírito inquieto, defendeu causas, lutou contra os rígidos valores sociais da época e impôs a sua arte numa esfera dominada essencialmente por homens.

«The Untold Story», a história por contar desta mulher brilhante, conhece agora a luz do dia, num livro que é fruto do trabalho de investigação e imensa dedicação de quatro autores que juntaram esforços para concretizar esta biografia. Entre eles destaco Mary K. Greer, taróloga e escritora, desde sempre muito dedicada a conhecer e divulgar a vida e obra de Pamela Coplman Smith, com longos textos e publicações sobre o tema no seu blog.

Uma obra a não perder, que nos mostra também como o Tarot evoluiu e fez parte da nossa história, um espelho da sociedade contemporanea e daquilo que somos.

 
 
 

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